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Contracepção

A contracepção compreende uma diversidade de métodos desenvolvidos para evitar a gravidez, oferecendo opções adaptadas às necessidades e preferências individuais. Cada método possui características específicas, proporcionando a casais e indivíduos a oportunidade de escolher a abordagem mais alinhada com seu estilo de vida e saúde. A seguir, destacamos alguns métodos contraceptivos com suas respectivas características:

1. Tabelinha:

  • Consiste em monitorar o ciclo menstrual para identificar os dias mais férteis.

  • Requer regularidade no ciclo menstrual e pode não ser tão eficaz para mulheres com ciclos irregulares.

  • Envolve a identificação do período fértil através do cálculo do dia da ovulação e da observação do muco cervical. O uso de fitas de ovulação ou ultrassonografia transvaginal pode auxiliar nesse método.

2. Coito Interrompido:

  • Envolve a retirada do pênis da vagina antes da ejaculação.

  • Não é altamente eficaz, pois pequenas quantidades de esperma podem ser liberadas antes da ejaculação.

3. Camisinha Feminina e Masculina:

  • Barreira física que impede o contato do esperma com o óvulo.

  • Protege contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Deve ser usado em todas as relações sexuais, independentemente do uso de outro método contraceptivo.

  • Disponível para ambos os sexos, proporcionando opções para diferentes preferências, incluindo variedades com cores, sabores e texturas.

  • Deve ser colocado no início da relação sexual para garantir eficácia.

  • A compra do produto deve considerar a integridade da embalagem, prazo de validade e selo de aprovação pelo Inmetro.

  • Pacientes com alergia ao látex podem optar por preservativos de outros materiais.

  • Lubrificantes à base de água, glicerina ou silicone são recomendados para preservativos de látex, enquanto lubrificantes oleosos, como vaselina, devem ser evitados.

4. DIU Hormonal:

  • Libera progesterona dentro do útero, eficaz por até 5 anos.

  • Altera o muco cervical, impedindo a penetração do esperma, e mantém o endométrio fino pela ausência de resposta ao estrogênio.

  • Possui efeito protetor sobre o endométrio, reduzindo o número de divisões celulares.

  • Não interfere na produção fisiológica de hormônios, preservando a lubrificação vaginal e libido.

  • Muitas pacientes não apresentam sangramento menstrual com seu uso, sendo uma opção para quem tem fluxo aumentado ou anemia.

  • Muito útil para o controle das cólicas menstruais e é indicado para o tratamento de endometriose e adenomiose.

5. Anticoncepcional Oral Hormonal Combinado (ACHO):

  • Método amplamente utilizado no mundo, contendo estrogênio e progesterona no mesmo comprimido.

  • Inibe a ovulação, modifica o muco cervical, altera o movimento das tubas uterinas e o endométrio.

  • Diversos ACHOs estão disponíveis, com diferentes tipos de estrogênio ou progesterona, devendo a escolha ser discutida com o ginecologista.

  • Alguns dos seus benefícios incluem controle de sintomas de TPM, fluxo menstrual e cólicas, além de melhorar o perfil do colesterol e reduzir sintomas relacionados ao excesso de testosterona.

  • É contraindicado para pacientes com trombofilia, trombose prévia, tabagistas, hipertensão não controlada, diabetes não controlada, câncer de mama, doenças hepáticas e enxaqueca com aura. Outras situações clínicas exigem cautela.

6. Anel Vaginal e Adesivo Transdérmico:

  • Liberam hormônios semelhantes aos ACHOs (estrogênio e progesterona).

  • Inibem a ovulação e modificam o muco cervical.

  • O anel vaginal é utilizado por 21 dias, seguido por uma pausa de 7 dias. É fácil de inserir pela própria paciente.

  • O adesivo é trocado a cada 21 dias ou usado de forma contínua.

  • Ambos proporcionam bom controle de sangramento, TPM e cólicas.

  • Possuem contraindicações muito semelhantes que os ACHOs.

7. Injetável Mensal:

  • As injeções hormonais mensais  possuem os mesmos hormônios dos ACHOs.

  • Oferecem contracepção de longa duração, exigindo visitas regulares ao profissional de saúde para sua aplicação.

  • Proporcionam controle eficaz de sangramento, TPM e cólicas.

  • A aplicação é feita a cada 30 dias, sendo uma opção para quem tem dificuldade com comprimidos.

8. Pílulas de Progesterona (PP):

  • Comprimidos diários contendo apenas progesterona.

  • Devem ser tomados rigorosamente no mesmo horário.

  • Modificam o endométrio, tornando-o fino e não responsivo ao estrogênio, além de alterar o muco cervical e os movimentos das tubas.

  • Boa opção para pacientes com contraindicação ao estrogênio e para lactantes.

  • Possui poucos efeitos colaterais e controle eficaz de sangramento e cólicas.

9. Injetáveis Hormonais Trimestrais:

  • Injeção trimestral contendo apenas progesterona.

  • Possui benefícios e contra indicações semelhantes às pílulas orais de progesterona.

  • A aplicação é feita a cada 12 semanas, com a maioria das mulheres deixando de menstruar.

  • Está associado a possível ganho de peso e diminuição da massa óssea, mas esses efeitos são revertidos com a sua interrupção.

10. Implante Subdérmico Hormonal (Implanon):

  • Pequeno dispositivo implantado sob a pele, liberando progesterona continuamente por 3 anos.

  • Inibe a ovulação e modifica o muco cervical.

  • A inserção é realizada no consultório com anestesia local.

  • Possui bom controle de sangramento, TPM e cólicas, mas pode levar a pequenos sangramentos irregulares (spotting).

11. DIU Não Hormonal:

  • DIU de cobre ou cobre/prata age causando uma reação inflamatória no útero, o que impede a fertilização do óvulo.

  • Eficaz por 5 a 10 anos, oferecendo contracepção de longa duração.

  • Não interfere na produção hormonal, mantendo lubrificação vaginal e libido.

  • Pode aumentar o fluxo menstrual e cólicas, não sendo indicado para quem já apresenta estas queixas antes da inserção.

12. Laqueadura Tubária e Vasectomia:

  • Procedimentos cirúrgicos permanentes para mulheres e homens, respectivamente.

  • Indicados para quem não deseja mais filhos.

  • Baixo risco cirúrgico associado.

13. Contracepção para Grupos Especiais:

  • Mulheres com risco de trombose, tabagistas, câncer de mama, hipertensão e em transição menopáusica podem requerer abordagens específicas.

  • Contracepção para a comunidade LGBTQIA+ deve ser discutida, adaptando-se às necessidades e identidades de gênero.

14. Contracepção de Emergência:

  • Utilizada após relações desprotegidas ou falhas em outros métodos contraceptivos.

  • Deve ser administrada o mais rápido possível e não deve ser considerada um método regular.

  • Esses métodos incluem pílulas de progesterona e DIU.

A escolha do método contraceptivo ideal envolve considerações pessoais, estilo de vida e saúde individual. Recomenda-se discutir opções com um profissional de saúde para decisões informadas. Exceto para métodos comportamentais ou de barreira, os contraceptivos não devem ser iniciados em caso de suspeita de gravidez. Além disso, os pacientes devem estar cientes do índice de falha de cada método, também conhecido como índice de Pearl, antes de escolher seu método.

Dra.Patrícia Flórido

@drapatriciaflorido

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