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Síndrome dos Ovários Policísticos

A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é a condição endócrina mais prevalente em mulheres adultas em idade reprodutiva. Ela pode impactar a vida das mulheres de diversas maneiras, incluindo irregularidades menstruais, aumento do risco cardiovascular e infertilidade. O diagnóstico da SOP envolve uma avaliação clínica minuciosa, juntamente com exames de imagem e análises hormonais. O diagnóstico é estabelecido com base na presença de pelo menos dois dos três critérios a seguir:

  • Menstruações irregulares ou ausentes.

  • Hiperandrogenismo (aumento dos níveis de hormônios masculinos em exames laboratoriais ou sinais clínicos como acne, pele oleosa e excesso de pelos).

  • Achados ultrassonográficos que demonstram múltiplos cistos nos ovários ou aumento do volume ovariano.

Com frequência, o diagnóstico da síndrome dos ovários policísticos é feito após a realização de uma ultrassonografia transvaginal. No entanto, o diagnóstico da SOP vai além dos achados em exames de imagem; é necessário que a paciente apresente sinais clínicos, conforme mencionado acima, e que outras condições com apresentação semelhante, como outras endocrinopatias, sejam excluídas.

Aspecto Ultrassonográfico: Os ovários policísticos geralmente exibem um padrão característico de múltiplos pequenos cistos na superfície dos ovários, visíveis por meio de uma ultrassonografia transvaginal.

Alterações Hormonais: Pacientes com SOP frequentemente apresentam níveis elevados de hormônios masculinos, como a testosterona, e desequilíbrios hormonais, incluindo resistência à insulina. Essas pacientes têm maior predisposição à obesidade e diabetes gestacional.

Risco Cardiovascular: Mulheres com SOP têm um risco aumentado de desenvolver problemas metabólicos, como diabetes tipo 2, hipertensão arterial e síndrome metabólica, o que pode aumentar o risco cardiovascular a longo prazo.

Risco de Câncer de Endométrio: Embora o risco de câncer de endométrio seja baixo em mulheres jovens com SOP, é importante monitorar regularmente a saúde uterina, já que algumas pacientes podem estar em maior risco devido às alterações hormonais. Pacientes que passam muito tempo sem menstruar têm um risco aumentado.

Infertilidade: A infertilidade pode ser uma preocupação para algumas mulheres com SOP, devido à falta de ovulação regular. Além disso, pode haver um aumento nas taxas de aborto espontâneo. Mudanças no estilo de vida, como a adoção de dietas adequadas e a prática de atividade física (pelo menos 150 minutos por semana), são medidas importantes que auxiliam na regulação do ciclo menstrual. Pacientes com SOP que menstruam regularmente têm maiores chances de gravidez espontânea.

Tratamento da Síndrome dos Ovários Policísticos: O tratamento visa aliviar os sintomas e melhorar a saúde metabólica e reprodutiva. Para pacientes com infertilidade, os seguintes tratamentos podem ser considerados:

  • Inseminação Intrauterina (IIU): Envolve a indução da ovulação com medicamentos orais (como letrozol ou citrato de clomifeno) e a colocação direta do esperma no útero após processamento em laboratório.

  • Fertilização in Vitro (FIV): Consiste em um estímulo ovariano controlado, a coleta de óvulos, a fertilização em laboratório e a transferência dos embriões formados para a cavidade uterina. Pacientes com SOP geralmente têm uma reserva ovariana (quantidade de óvulos) aumentada, o que geralmente leva a bons resultados, embora haja um risco maior de desenvolver a síndrome de hiperestimulação ovariana se não forem tratadas adequadamente.

  • Metformina: É um medicamento prescrito para controlar a resistência à insulina. Pode melhorar os resultados de pacientes em tratamento de reprodução assistida e, em alguns casos, auxiliar na gravidez espontânea.

  • Mudanças no Estilo de Vida: Perda de peso, adoção de uma dieta saudável e prática de exercícios podem ajudar a melhorar a sensibilidade à insulina e a regularidade do ciclo menstrual.

A síndrome dos ovários policísticos é uma condição comum que afeta muitas mulheres, mas com o diagnóstico adequado, acompanhamento médico e opções de tratamento, é possível gerenciar eficazmente os sintomas e melhorar a qualidade de vida.

Dra.Patrícia Flórido

@drapatriciaflorido

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